A historicidade das ruas da cidade é um dos conteúdos abordados no componente curricular de História nas turmas do 3º ano. Nesse contexto, são tratados diversos conceitos que levam a criança a refletir sobre a importância do nome dado a uma rua, bem como a conservação e a infraestrutura necessárias para os moradores. Foram nessas aulas que os alunos do 3º ano do Colégio Marista Criciúma descobriram que um de seus colegas, Pedro, morava numa rua sem nome.
Surgiram várias dúvidas a partir disso: como que chegam as contas em casa? E como faz para colocar um nome na rua?
O pai de Pedro, Leandro de Almeida, explicou as dificuldades de morar numa rua sem nome. “Depender de um serviço público, como ambulâncias ou bombeiros, fica muito mais difícil pela rua não existir no mapa. Até a parte mais simples que seria receber uma carta, não conseguimos”, relatou.
O Colégio, então, recebeu a vereadora Geovana Benedet para esclarecer as dúvidas do poder legislativo. Após a palestra da Câmara Mirim, os alunos questionaram Geovana a respeito da rua. “A nomeação de uma rua acontece por meio de um Projeto de Lei aprovado pela Câmara dos Vereadores. A comunidade pode fazer a sugestão levando em conta o nome de uma pessoa importante e que queiram homenagear”, explicou a vereadora.
Depois disso, conversaram com a mãe de Pedro, Carolina de Almeida, que concordou em ajudar a turma a nomear a rua. Carolina mencionou que gostaria muito de homenagear sua avó, colocando o nome dela na rua. Gioconda Panata da Silva foi uma senhora respeitada e ativa na comunidade, além de uma avó muito amorosa.
O projeto de lei para a aprovação do nome da rua aconteceu ontem (24), às 17h30, na Câmara dos Vereadores de Criciúma. O projeto de lei por aprovado por unanimidade e a Rua Gioconda Panata da Silva agora existe.
De acordo com a coordenadora educacional Jacqueline Teixeira, o Projeto de Intervenção Social transforma o aluno em cidadão protagonista, mesmo como criança. Aliás, é nessa idade que começamos a aprender sobre nossos direitos e ações solidárias. “Apresentar para as crianças a dimensão do sujeito na construção da história leva-os a serem os protagonistas da própria trajetória”, declara Jacqueline.
